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QUAL SEU NÚMERO?

NOTA 8,0

Com ótimas piadas e boas
atuações dos protagonistas,
comédia escamoteia teor
moralista do enredo 
Comédias geralmente são os principais alvos de críticas negativas e dificilmente algum exemplar do gênero escapa de levar umas boas ferroadas em jornais, revistas, TV e na internet. As opiniões dos especialistas certamente influenciam os espectadores que após assistirem uma produção do tipo ficam em uma saia justa. Admite-se que deu boas risadas ou banca o intelectual e começa a tecer comentários tão criteriosos quanto aqueles que se lê por aí? Muita gente deve ficar nesse dilema na hora de avaliar um filme como Qual Seu Número?, produção repleta de clichês e cujo final já se anuncia logo no primeiro encontro dos protagonistas. O que chama a atenção neste caso é o moralismo da obra, afinal sua premissa parece evidenciar uma conquista das mulheres: o direito de ser tão “galinha” quanto os homens. A palavra entre aspas quando aplicada ao sexo masculino ganha status positivo, é uma referência ao homem boa pinta que chama a atenção e conquista todas as mulheres. Quando ela é usada para se referir ao sexo feminino, o sentido é bem oposto. Mulher que sai com muitos homens não presta, não serve para casar. Bem, essa pressão negativa é o que sente em determinado momento Ally (Anna Faris) que já está na casa dos trinta anos e ainda é solteira. Entre as amigas ela é a recordista de parceiros de cama. Já contabiliza 19 e segundo pesquisas de uma famosa revista feminina quando uma mulher chega ao ficante de número 20 suas chances de se casar são praticamente nulas e provavelmente o marido ideal ela deixou escapar entre os homens que conheceu e agora estaria condenada a carregar até o fim de seus dias a fama de piriguete. 
Na frente ao apartamento de Ally vive Colin (Chris Evans), um rapaz que tem uma lista de conquistas bem mais inflada que a da vizinha, mas está numa boa, afinal de contas quanto mais mulheres passarem por sua cama mais sua fama de pegador aumenta. Sempre recorrendo a Ally para passar umas horinhas em seu apartamento até que sua última vítima se canse e vá embora sem vontade de revê-lo, Colin oferece em troca do favor seu dom de encontrar pessoas. A namoradeira preocupada está decidida a reencontrar todos os parceiros que teve até então para verificar qual deles seria seu príncipe encantado e se tem chances de reatar o relacionamento. Claro que é evidente que os vizinhos irão se entender e uma atração irresistível surgirá, mas Ally luta contra o desejo para não contabilizar seu vigésimo parceiro já sabendo que ele não é para casar. Ou será? A partir do entrosamento entre os protagonistas para cumprir um acordo até o surgimento do amor entre eles, o espectador se diverte com boas piadas e situações, o que difere o filme de tantas outras comédias com temática sexual. Geralmente corpos nus, vocabulário chulo e situações humilhantes ou escatológicas é que ditam as piadas nesse tipo de produção. Neste caso, o diretor Mark Mylod, o mesmo de Quem é Morto Sempre Aparece, usou tais recursos de forma moderada sem chegar a chocar o público e investiu mais nos clichês tradicionais das comédias românticas como embaraçosos encontros entre a protagonista e seus pretendes e os indícios de que o parceiro romântico perfeito está bem ao seu lado o tempo todo, só os envolvidos custam a perceber isto. Se hoje em dia o humor com homens envolvidos em rolos românticos e com um pé na adolescência e outro na maturidade estão em evidência, como Se Beber Não Case e Passe Livre, aqui está um exemplar da versão feminina desse subgênero.
Com uma premissa baseada nas dicas e enquetes de revistas que dizem ter como público-alvo a mulher moderna, não se poderia esperar um filme revolucionário, apenas um passatempo rápido tão bom quanto as tais publicações, ou seja, o que você vê na tela pode ser tão esquecível quanto o conteúdo das páginas impressas. O que é injusto é a avalanche de críticas negativas a esta produção. Uma comédia romântica que deseja fazer sucesso certamente não vai deixar de dar um final feliz para a mocinha e o mocinho da história, de preferência juntos. O roteiro foi escrito por duas mulheres, Gabrielle Allan e Jennifer Crittenden, e foi baseado no livro de Karyn Bosnak. Por mais a frente do seu tempo que as mulheres desejam parecer, no fundo todas elas sonham com o casamento perfeito e não é de se estranhar que tal idéia esteja presente em Qual Seu Número?, afinal o texto foi produzido por mãos e mentes femininas. A redenção da piriguete decidida a encontrar o homem da sua vida para constituir família e se enquadrar na sociedade quadradinha e retrógrada é justamente o calcanhar de Aquiles desta comédia e o ponto mais criticado, mas convenhamos, o que uma trama destinada a provar que uma mulher pode ser feliz solteira e com vários amantes poderia render? Sairia do esquema padrão do gênero e consequentemente desagradaria boa parte de seu público cativo, não renderia boas bilheterias (o que de fato aconteceu mesmo com a narrativa-clichê adotada) e poderia colocar em discussão valores morais e éticos. Para levar as coisas para esse lado revolucionário e longe da obrigação de render milhões, só mesmo dando um banho intelectual no roteiro e o levando para alguma produtora independente que tivesse como bancar uma produção longe de Hollywood. De qualquer forma, esquecendo as questões moralistas, Anna e Evans cativam o público e se metem em situações hilariantes, embora previsíveis, fatores que contribuem para elevar a produção na comparação com tantos outros títulos de temática parecida. Vale uma conferida descompromissada.
Comédia romântica - 106 min - 2011 
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